Quarteto Fantástico - primeiros passos
Acho que tá todo mundo um pouco cansado do universo de superheróis. Desde o Ultimato parece tudo é mais do mesmo. Até tiveram alguns filmes que me interessaram pelos burburinhos, como o Thunderbolts e agora o novo Superman, mas nada o suficiente para me levar ao cinema.
Quarteto fantástico conseguiu isso porque eu sabia que não ia ser nada megalomaníaco, nada de multitramas ocorrendo em multiversos que você precisa pegar a referência X do momento Y da série Z. Visualmente o filme já se apresentava como uma renovação para o gênero, e super valeu a pena. Filme está lindo. O design de produção caprichou em cada detalhe. Os heróis funcionam muito bem nesse universo retrô, tanto esteticamente com suas coladas em tons pastéis, quanto filosoficamente sendo bastiões da proteção do planeta. A direção assume esse tom logo de início sem se preocupar em explicar um grande porquê, o que funciona muito bem. A introdução do filme é muito bem feita, passando bem rápido pelo que já é de conhecimento notório dos fãs e focando em apresentar o desafio que os esperam no filme e esse para mim é o grande acerto do filme, a cadência. O tempo voou dentro do cinema, quando vi a história já estava concluída.
Não acho que foi apressado, conseguiram contar de como eles saíram de uma família comum, os amigos da vizinhança, para os protetores do planeta sem se perder em muitos detalhes. Não acho que agregaria muito ao filme se perder em uma batalha contra O Mestre dos Bonecos, ou o Homem Toupeira, eles estão lá, fazem parte da trama, mas o foco principal do filme é na interação entre os familiares e a sociedade, e isso funciona muito bem. O supervilão ser um Kaiju é um detalhe fino que me fez abrir um leve sorriso, mesmo sabendo que o Galactus é bem mais poderoso do que o filme apresentou.
Acho que os atores funcionaram muito bem nos personagens, desafio complicado competindo com o imaginário cultural de pelo menos 3 versões diferentes já conhecidas. Daria um destaque especial ao Coisa que novamente teve um show de carisma. Confesso que já estou enjoado da mesma atuação do Pedro Pascal como paizão, mas acho que ele pareceu sim ser o homem mais inteligente da humanidade.
Foi um filme bonito, divertido e despretensioso, como mais filmes de heróis deveriam ser.
🚨 Área com spoilers 🚨
Quando eu falo que o tom do filme ficou muito bem encaixado, essa conclusão veio principalmente no final. Acho que a ideia de uma mãe dando a vida pelo filho e o bebê salvando a mãe teria ficado bem brega em outra narrativa, mas nessa aqui funcionou bem. Foi bem previsível, mas de um jeito legal, como se já conhecessemos aquele mundo tão bem que as peças se encaixam naturalmente. Diria que ficou a desejar só na atuação da Sue, não me pareceu convincente que ela usou tanto o poder a ponto de perder todas as suas forças.
Não conheço a história do Franklin, já havia ouvido falar que ele é megapoderoso mesmo mas não sei exatamente em que escala, mas sempre é um problema que heróis poderosos demais atraem vilões ainda mais poderosos e vira um ciclo dragonballzístico chato. Vide o próprio Galactus, devorador de mundos e a porra toda, e quando foi derrotado fica um sentimento de "então ele não é tão forte asim...".
Como eu mencionei, o que eu mais gostei da obra foi esse caráter cotidiano e modesto, sem grandes pretensões, só que na cena pós-crédito temos o cliffhanger para mais um grande universo que se conectará com tudo do MCU. Fiquei cansado de novo só de imaginar.